quinta-feira, novembro 03, 2005

O pequeno homem que não estava lá.

Quando minha imagem falhar, como uma lanterna lambendo o tacho de sua bateria, mantenha os olhos em mim para que eu não me vá. Quando eu explodir em dor, como se cravasse um espinho na carne entre os dentes, lave o tempo à minha volta com as costas da mão da sua calma. Quando a minha gravidade capturar a luz ao redor e eu inchar do meu próprio silêncio, duas palavras suas me esvaziem em gargalhada. Quando eu desenhar um muro em volta do meu próprio marco, arme de paciência vegetal o ar que range entre as falanges do meu punho cerrado. Quando eu cansar de tanto chão e minha boca transbordar de tanta terra, um abraço seu me guie, levadiço, para morar entre os sóis. Quando eu arder na reentrada, um risco luminoso que grita, acompanhe minha trajetória em compaixão, até que eu me apague fátuo. Depois feche os olhos e faça um pedido em minha intenção.

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