domingo, janeiro 08, 2006

O pequeno homem que não estava lá 3

Meu pai deu nome aos caminhos sombreados. Chamou cada pedra pelo que pedia a dureza do seu corte. Despesava a areia que lhe escorria pela mão, gastava as palmas ao abençoar tudo com seu toque ateu. Já eu lustro um sonho de pureza, ando no tempo que apressou-se em amadurecer, aguardo nas palavras. Meço os passos para não pisar as frestas das calçadas. Eu tenho um sono imperfeito e, fora dele, minhas mãos não sustentam o real. A solidão da família caiu-me junto ao sobrenome.

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