quinta-feira, setembro 15, 2005

Os moradores 2

Não é um homem. É uma fotografia não pendurada nas paredes dos corredores. É um acontecimento, um cenário que não se contentou em ficar para trás na margem do tempo e empenhou o nado no rastro do barco que nos leva, desatentos. Apenas os olhos oblíquos sobre a água. É um eco calado ribombando nos limites do teto. Acompanha os nossos dias, sem que percebamos, como uma fita gomada presa aos dedos. É a paisagem que observa, um instante perene cravado no centro da sala.

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