terça-feira, maio 31, 2005

O menor dos ponteiros

Olhe o desenho de uma hora fechada em si mesma. O menor dos ponteiros interrompendo o seu trabalho para observar as revoluções do companheiro maior, há voltas sem conta. É uma estrada em círculo. Uma água parada tomada de um braço de rio. Nesse espelho se reproduz translúcido o rosto do pescador, uma aparição ondulante. Trancado dentro do momento, ele captura um peixe em forma e cor de faca, erguendo um punho fechado e um sorriso, em sincero ato de auto-aprovação, para devolver imediatamente a presa ao seu habitat, mal contendo a excitação na espera de colhê-la novamente.

Vento nenhum move as folhagens às suas costas. Animal curioso algum vem ver o seu sucesso e seu fracasso repetidos.

Sem comentários: